AS 7 MARAVILHAS DE PORTUGAL
PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA
Também designado:
Palácio dos Duques de Bragança
Foi no início do século XVI que D. Jaime I, 4º Duque de Bragança, decidiu edificar um novo paço em Vila Viçosa. Situado na Horta do Reguengo, fora dos muros do aglomerado urbano medieval, o novo palácio erguia-se num local “caracterizado por extensos olivais e por abundância de água”, apresentando algumas semelhanças com as casas senhoriais da região, como a Sempre Noiva ou o Paço de Alvito1.
Segundo Rafael Moreira, este primeiro edifício foi remodelado pelo duque D. Teodósio cerca de 1535, num projecto que incluía também a praça fronteira e os edifícios religiosos adjacentes, num “conjunto pensado como um todo”2. O paço ducal adoptou então uma linguagem classicista, patente na fachada com “janelas lavradas ao modo antiguo Romano”, num modelo inspirado no Paço da Ribeira de Lisboa2.
No final do século XVI, o duque D. Teodósio II patrocinou novas obras de ampliação do palácio por ocasião do seu casamento com D. Ana Velasco, sendo acrescentado um novo corpo a sul do paço velho, designado na época como Cazas Novas1. O projecto foi executado por Nicolau de Frias, arquitecto régio, cujas traças desenhadas para o “reordenamento global da fachada” lhe conferiram a sua feição actual1. A direcção da fábrica construtiva seria posteriormente entregue a Pedro Vaz Pereira e a Manuel Pereira Alvenéo, mestres arquitectos locais1.
Daí resultou um edifício imponente, com uma monumental fachada Maneirista de dois registos, um de ordem toscana outro jónico, à qual, em 1610, foi acrescentado um terceiro piso. Nos primeiros anos do século XVII, o palácio recebia um erudito programa decorativo, considerado “um dos mais ricos acervos de pintura mural de fresco e têmpera que se encontra na paisagem artística portuguesa”3. Este conjunto de pinturas, “maioritariamente fiel aos cânones estéticos do Maneirismo italianizante” estende-se pelas alas novas do paço ducal, nomeadamente a Galeria de D. Catarina, e os tectos das salas de Medusa e de David. Estas composições foram executadas entre 1600 e 1640 por diferentes pintores. A Tomás Luís, afamado pintor lisboeta, são atribuídos os tectos da Sala da Medusa e a gallerietta da duquesa D. Catarina, “duas notáveis decorações murais”3. José de Avelar Rebelo pintaria os tectos da Câmara da Música do paço, uma obra já patrocinada pelo duque D. João, futuro rei D. João IV3.
Depois da subida de D. João IV ao trono, o Paço de Vila Viçosa deixaria der ser a residência oficial dos Duques de Bragança. No reinado de D. João V, em 1716, o monarca ordenou novas obras no palácio, só terminadas no tempo de D. José. O palácio voltaria a ser remodelado no final do século XIX, sendo então um dos locais preferidos pela Família Real para as suas temporadas fora da capital do reino.
Em meados do século XX, por disposição testamentária de D. Manuel II, criou-se a Fundação da Casa de Bragança que passou a tutelar o Paço de Vila Viçosa e que agora funciona como museu.
Fonte: IPPAR
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