Partido Socialista de Vila Viçosa

quinta-feira, março 22, 2007

PARA AS 7 MARAVILHAS DE PORTUGAL VOTE NO PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA




AS 7 MARAVILHAS DE PORTUGAL

PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA

Também designado:

Palácio dos Duques de Bragança

Foi no início do século XVI que D. Jaime I, 4º Duque de Bragança, decidiu edificar um novo paço em Vila Viçosa. Situado na Horta do Reguengo, fora dos muros do aglomerado urbano medieval, o novo palácio erguia-se num local “caracterizado por extensos olivais e por abundância de água”, apresentando algumas semelhanças com as casas senhoriais da região, como a Sempre Noiva ou o Paço de Alvito1.

Segundo Rafael Moreira, este primeiro edifício foi remodelado pelo duque D. Teodósio cerca de 1535, num projecto que incluía também a praça fronteira e os edifícios religiosos adjacentes, num “conjunto pensado como um todo”2. O paço ducal adoptou então uma linguagem classicista, patente na fachada com “janelas lavradas ao modo antiguo Romano”, num modelo inspirado no Paço da Ribeira de Lisboa2.

No final do século XVI, o duque D. Teodósio II patrocinou novas obras de ampliação do palácio por ocasião do seu casamento com D. Ana Velasco, sendo acrescentado um novo corpo a sul do paço velho, designado na época como Cazas Novas1. O projecto foi executado por Nicolau de Frias, arquitecto régio, cujas traças desenhadas para o “reordenamento global da fachada” lhe conferiram a sua feição actual1. A direcção da fábrica construtiva seria posteriormente entregue a Pedro Vaz Pereira e a Manuel Pereira Alvenéo, mestres arquitectos locais1.

Daí resultou um edifício imponente, com uma monumental fachada Maneirista de dois registos, um de ordem toscana outro jónico, à qual, em 1610, foi acrescentado um terceiro piso. Nos primeiros anos do século XVII, o palácio recebia um erudito programa decorativo, considerado “um dos mais ricos acervos de pintura mural de fresco e têmpera que se encontra na paisagem artística portuguesa”3. Este conjunto de pinturas, “maioritariamente fiel aos cânones estéticos do Maneirismo italianizante” estende-se pelas alas novas do paço ducal, nomeadamente a Galeria de D. Catarina, e os tectos das salas de Medusa e de David. Estas composições foram executadas entre 1600 e 1640 por diferentes pintores. A Tomás Luís, afamado pintor lisboeta, são atribuídos os tectos da Sala da Medusa e a gallerietta da duquesa D. Catarina, “duas notáveis decorações murais”3. José de Avelar Rebelo pintaria os tectos da Câmara da Música do paço, uma obra já patrocinada pelo duque D. João, futuro rei D. João IV3.

Depois da subida de D. João IV ao trono, o Paço de Vila Viçosa deixaria der ser a residência oficial dos Duques de Bragança. No reinado de D. João V, em 1716, o monarca ordenou novas obras no palácio, só terminadas no tempo de D. José. O palácio voltaria a ser remodelado no final do século XIX, sendo então um dos locais preferidos pela Família Real para as suas temporadas fora da capital do reino.

Em meados do século XX, por disposição testamentária de D. Manuel II, criou-se a Fundação da Casa de Bragança que passou a tutelar o Paço de Vila Viçosa e que agora funciona como museu.

Fonte: IPPAR

quinta-feira, março 08, 2007

SEMANA SANTA EM VILA VIÇOSA - 2007


quinta-feira, março 01, 2007

HOMENAGEM A ZECA AFONSO

A Bancada do Partido Socialista com assento na assembleia Municipal de Vila Viçosa, vem propor alteração á ordem de trabalhos da Assembleia Municipal de 28 de Fevereiro de 2007, com introdução do ponto:

Homenagem a Zeca Afonso

Este ponto tem como objectivo:
  • Assinalar os 20 anos da morte de Zeca Afonso, no passado dia 23 de Fevereiro.
  • Propor a realização de uma exposição (Fotobiográfica e Discográfica) e um concerto musical.
  • A Exposição Fotobiográfica tem como objectivo a apresentação do caminho multifacetado de José Afonso, através dos seus percursos de vida, sob o ponto de vista geográfico e o cruzamento do mesmo no enriquecimento na descrição da sua obra enquanto homem, cantor e poeta, professor e activista cívico.
  • A Exposição Discográfica apresentaria o ponto de vista discográfico o que fez, com quem, em que época e seu enquadramento.

    Acrescentamos á nossa proposta algumas:
  • Notas biográficas
    José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (ZECA AFONSO) nasceu em Aveiro, a 2 de Agosto de 1929, filho dum magistrado e duma professora primária. A infância reparte-se entre Aveiro, Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra, devido às sucessivas deslocações profissionais do pai.
    Em Coimbra, estudante do Liceu D. João III, conhece o guitarrista António Portugal e começa a interessar-se pela música. Em fins da década de 40, já aluno de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Coimbra, destaca-se, à semelhança do irmão, como cantor de fados. Conhece o mestre guitarrista Flávio Rodrigues e a cantadeira popular Cristina Matos.
    Casa pela primeira vez em 1950, com Maria Amália, de quem tem dois filhos, José Manuel e Helena. As dificuldades económicas levam-no a trabalhar como revisor no «Diário de Coimbra». Em 1953 grava os primeiros discos (de 78 rpm), com «Fado das Águias» e outras canções, o que voltou a acontecer em 1956 (já em discos de 45 rpm). Em 1958 viaja com a Tuna Académica até Angola, numa viagem que repetirá, dois anos depois, com o Orfeon Académico. Em 1960 grava a «Balada de Outono» e, depois, de modo irregular vai gravando alguns discos de pequeno formato (EP), até 1964, ano em que, já casado com Zélia, parte para Moçambique. Os filhos de ambos, Joana e Pedro, nascerão nos anos seguintes.
    Pelo caminho deixa o serviço militar cumprido em Mafra (entre 1953 e 1955), onde se distinguiu pela sua permanente distração e incapacidade para dar ordens e uma experiência de professor do ensino secundário iniciada em 1956 e que o levou a diversos liceus e colégios de Mangualde, Aljustrel, Lagos, Faro e Alcobaça.
    É ainda como mestre-escola que regressa a África em 1964, experiência que se revelará fundamental na sua formação política. Na Beira, colabora com o Teatro Experimental e escreve a música para a peça «E Excepção e a Regra», de Brecht. Volta a Portugal em 1967, ano em que é pela primeira vez editado em «long playing» (33 rpm) com «Baladas e Canções», historicamente o seu primeiro álbum, que recolhe gravações anteriores à sua partida para Moçambique e editadas em vários EPs.
    Expulso do ensino por razões políticas, dedica-se mais assiduamente à música e inicia um período de gravações regulares com «Cantares do Andarilho» (1968). No ano seguinte grava «Contos Velhos Rumos Novos» e, em 1970, publica «Traz outro Amigo Também» e visita Cuba. No ano seguinte edita «Cantigas do Maio», e tudo passa a ser como era na música portuguesa. Aliás, 71 é um ano de luxo para a música portuguesa: Sérgio Godinho grava «Os Sobreviventes», Adriano Correia de Oliveira edita «Gente de Aqui e de Agora», José Mário Branco publica «Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades», Luís Cília vê sair em França o terceiro álbum da série «A Poesia Portuguesa de Hoje e de Sempre». Ainda nesse ano recebe o terceiro prémio consecutivo da Casa da Imprensa pelo melhor disco.
    Em 1972 canta pela primeira vez na Galiza e participa no Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, onde apresenta o tema «A Morte Saiu à Rua», dedicado ao pintor José Dias Coelho, assassinado pela Pide. Edita «Eu Vou Ser Como a Toupeira».
    Participa activamente no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, em Março de 1973 (onde estreia em público «O Que Faz Falta») e envolve-se na acção politica com grupos de vários sectores da Esquerda, desde o PCP à LUAR. Publica «Venham mais Cinco» (73).
    Em 29 de Março de 1974 participa no Encontro da Canção, no Coliseu dos Recreios, onde a censura não lhe permite cantar mais do que duas canções: «Milho Verde» e «Grândola Vila Morena». Menos de um mês depois, a 25 de Abril, esta era a senha do Movimento das Forças Armadas para o início da que ficaria para a história com o nome único de Revolução dos Cravos.
    Ainda em 1974 faz sair «Coro dos Tribunais», mas só voltará a publicar em 1976 ( «Com As Minhas Tamanquinhas»). Nesses meses («essa coisa magnifica que foi o PREC»), percorre o país de ponta a ponta, num sem fim de «sessões», «acções de dinamização», «campanhas de alfabetização». Grava um disco em Itália de apoio à luta do jornal «República» e outro para a LUAR («Viva o Poder Popular» / «Foi Na Cidade do Sado»), ganha o Prémio Internacional de Folklore da Academia Fonográfica alemã (1976). Apoia as candidaturas à Presidência da República de Otelo Saraiva de Carvalho (1976 e 1980) e Maria de Lurdes Pintasilgo (1985). Grava «Enquanto Há Força» (77), «Fura Fura» (79), «Baladas de Coimbra e Outras Canções» (81).
    Em 1982 visita Moçambique e é recebido pelo Presidente Samora Machel com honras semelhantes às de um chefe de Estado. É-lhe diagnosticada uma doença incurável (esclerose lateral amiotrópica) que se caracteriza pela destruição lenta e progressiva do tecido muscular. Viaja pela Roménia, Inglaterra e Estados Unidos, em busca de uma solução.
    Em 1983 realiza os últimos espectáculos, nos coliseus de Lisboa e Porto. Publica o disco «Ao Vivo no Coliseu» e um belíssimo LP de originais, «Como Se Fora Seu Filho». Um ano depois, recebe dos doze participantes no Concerto pela Paz e Não Intervenção na América Central, realizado em Manágua, uma das mais significativas homenagens: uma mensagem assinada, entre outros, por Pete Seeger, Chico Buarque, Carlos Mejía Godoy, Sílvio Rodriguez, Daniel Viglietti, Isabel Parra e Amparo Ochoa. Nesse mesmo ano foi editado o livro "As Voltas de um Andarilho", de Viriato Teles, uma extensa reportagem sobre a vida e a obra de Zeca. Em 1984, José António Salvador publica "Livra-te do Medo", um outro trabalho biográfico sobre o poeta-cantor - reeditado em 1994 em nova versão, mais ilustrada, com o título "José Afonso - O Rosto da Utopia".
    Em 1985 publica o derradeiro disco, «Galinhas do Mato», onde já só dá voz a dois dos temas. Os restantes têm interpretações de Janita Salomé, Helena Vieira, Luís Represas, Né Ladeiras e José Mário Branco. Morre, no hospital de Setúbal, na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987.
    Uma segunda edição (muito) aumentada de "As Voltas de um Andarilho" foi publicada em Novembro de 1999 pela Editora Ulmeiro. Este novo livro inclui um prefácio de Sérgio Godinho, intitulado "A que distância está o Zeca?", e uma crónica de Fernando Assis Pacheco, "Só me calham Dukes".

    A bancada do Partido Socialista em 28 de Fevereiro de 2007